“Memória, justiça e esperança” é o apelo das famílias das vítimas de Brumadinho
Nos últimos cinco anos, o dia 25 de janeiro tem um significado muito importante para quem vive em Brumadinho: é dia de celebrar a memória das 272 joias soterradas pelo mar de lama causado pelo rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão.
Nos últimos cinco anos, o dia 25 de janeiro tem um significado muito importante para quem vive em Brumadinho: é dia de celebrar a memória das 272 joias soterradas pelo mar de lama causado pelo rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão. São pais, mães, filhos, sobrinhos e amigos que saíram para trabalhar e nunca mais voltaram, deixando um vazio na vida de centenas de famílias e um luto profundo na cidade. Nesse dia, orações e homenagens se voltam aos que partiram e as vozes pedindo justiça se tornam mais fortes.
A celebração que deu início à Romaria pela Ecologia Integral a Brumadinho, presidida pelo bispo Dom Francisco de Oliveira, foi marcada pela emoção dos familiares, que carregavam cartazes com o nome dos parentes vitimados. “Não são apenas números ou nomes: são vidas, são histórias, são sonhos. Precisamos de uma inversão de paradigma porque a economia não pode custar vidas e o meio ambiente. Estamos falando de famílias, de comunidades e territórios agredidos que não podem se curvar ao mercado e ao lucro que mata”, ressaltou Dom Francisco.
Após a celebração, os participantes seguiram em romaria até a entrada da cidade, onde 272 nomes foram lidos e 272 balões vermelhos subiram ao céu com sementes de girassol representando cada vida perdida. “Para nós, familiares, a reparação nunca será feita pois vidas não se reparam, mas é possível que tenhamos um pouco de alento quando a justiça for feita. Quando os responsáveis forem devidamente julgados”, afirmou Andressa Rodrigues, presidente da Associação de Vítimas e Atingidos de Brumadinho (Avabrum) e mãe de Bruno Rocha Rodrigues, seu único filho que está entre as vítimas do rompimento.
Além das vidas perdidas, o rompimento também provocou danos sociais, econômicos e ambientais em toda a Bacia do Rio Paraopeba. Na busca por uma reparação efetiva, o Governo de Minas, em atuação conjunta com Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), assinou em 4/2/2021 o Acordo de Reparação Integral, que determinou uma série de medidas para a reparação dos danos econômicos e sociais, dentre eles, o Programa de Transferência de Renda (PTR), gerido pela FGV.